Recreio dos Bandeirantes

Recreio dos Bandeirantes é um bairro nobre da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. É um dos bairros mais jovens da cidade, localizado na região administrativa da Barra da Tijuca, Possui uma área territorial de 30.655 km² e uma população de 82.240 habitantes divididos em 38.705 domicílios, sendo conhecido pelo ambientalismo, organização, segurança, praias e a prática de esportes aquáticos.

Faz divisa a leste com Barra da Tijuca, a norte com Camorim, Vargem Pequena e Vargem Grande, a oeste com Barra de Guaratiba, Grumari e Guaratiba, e a sul com o oceano atlântico.




História

Sua vegetação nativa é composta de restingas, de muito areal e pântano, e também por isso esta região permaneceu isolada durante muito tempo.

Já no século XX houve a aquisição das terras por Joseph Weslley Finch, da denominada Gleba B, e pelo Banco de Crédito Móvel, da área da Gleba A.

A formação do Recreio se daria a 11 de fevereiro de 1953 com o lançamento do Projeto de Urbanização do Recreio dos Bandeirantes (PA 6028), de autoria do engenheiro e urbanista José Otacílio Saboya Ribeiro, num projeto urbano que prevê a integração ambiental e comunitária, inspirado nos ideais anglo-americanos da Cidade Jardim, conciliando a topografia local a um traçado reticular segmentado com diversas praças e parques de floresta nativa.

Entre os anos de 1958-59 a Companhia Recreio dos Bandeirantes foi responsável pela implementação do projeto e venda dos lotes recém-desmembrados que compunham a chamada Gleba B. O senador potiguar Georgino Avelino, então presidente do Banco do Distrito Federal, esteve entre os que acreditavam na expansão da cidade em direção ao Sudoeste, pressionando pela urbanização da área e sua venda aberta à sociedade, contratando o então jovem corretor de imóveis Sergio Castro, que promoveu a venda em lançamento da Gleba B, desde um barracão localizado junto à Pedra do Pontal, que posteriormente, ao fim do lançamento, foi vendido por Sergio Castro a um famoso restaurante.


Historicamente, todos os bairros da região da Barra da Tijuca desde sua ocupação inicial sofreram com a falta de atuação do poder público, que sempre privilegiou áreas mais densamente povoadas da cidade e integradas ao seu centro. Com isso, tanto o Recreio quanto a Barra não tiveram implementadas várias obras públicas fundamentais ao seu desenvolvimento apropriado. A Barra da Tijuca, porém, conseguiu remediar tal questão por ser um bairro construído majoritariamente pela iniciativa privada, empresas de construção e incorporação que abriram e pavimentaram vias para a implementação dos seus famosos condomínios de ruas fechadas. Já o Recreio, pela sua própria estrutura urbana (formado majoritariamente por ruas de acesso livre nas quais a iniciativa privada não tem poder) é dependente da atuação do governo local.

O abastecimento de água só foi implementado de forma abrangente na década de 1990 no governo de Marcello Alencar. O fornecimento de energia tinha uma infra-estrutura precária, e eram frequentes as quedas de energia, que causavam enormes prejuízos materiais aos moradores; a região só tinha uma subestação de energia, e só na década de 2000 foram implantadas outras subestações, diminuindo consideravelmente o problema. O problema da pavimentação das ruas, por sua vez, constituiu um grande entrave ao desenvolvimento do bairro nos anos 1990, e somente na década seguinte foi erradicado. Em relação à falta de saneamento, a região recentemente investimentos da prefeitura, sendo inaugurada uma estação elevatória da Cedae em 2009, todavia o despejo de esgoto nos canais e lagoas da região continua até os dias atuais sem a atuação mais efetiva do poder público.


Praias

O litoral do Recreio é formado por quatro praias: Macumba, Pontal, Recreio e Reserva. O bairro possui praias mais limpas, reservadas e bonitas que a média da cidade, no sentido leste-oeste são a Praia do Recreio, Praia do Pontal e Praia da Macumba. Além disso 30% da extensão da Praia da Reserva está localizada em áreas contíguas ao bairro; no total o bairro apresenta quase oito quilômetros de litoral.




Praia do Recreio

A maior e mais agitada praia do bairro, possui ondas mais fortes e as águas mais limpas do litoral carioca. Possui diversas escolas de surf e vôlei de praia. Tem o tamanho aproximado de 3 quilômetros. É muito frequentada por surfistas e é palco de muitos campeonatos de bodyboard e gravações de televisão. Pela limitação do gabarito dos prédios em 3 andares, o sol não é bloqueado atrás das grandes construções. Seu limite vai da praia da Barra da Tijuca até a pedra do Pontal. Já a praia do Pontal é caracterizada por águas mais calmas e prédios de gabarito mais alto localizados no próprio calçadão da praia. A praia da Macumba por sua vez é mais agitada e é comum a destruição de seus aparatos urbanos que é destruído pelas ondas fortes. No Carnaval os quiosques da orla promovem o desfile de bandas.

O Recreio se destaca pelo urbanismo diferenciado em relação ao restante da Barra da Tijuca: gabarito de construção majoritariamente limitado a poucos pavimentos, ruas com cortes semi-hipodâmicos que ajudam a reduzir a velocidade dos automóveis e com um grande número de praças. A sua divisão inicial se deu entre as chamadas Gleba A, Gleba B e Gleba C (Pontal). As áreas das glebas A e B, entre as vias Balthazar da Silveira e Gilka Machado, são as mais ocupadas e seguiram o planejamento inicial, enquanto a Gleba C,na região do Pontal, área entre as vias Gilka Machado e Estrada Vereador Alceu de Carvalho,foram feitas invasões irregulares - favelas do Terreirão e do Parque Chico Mendes. Ainda na Gleba C há a Barra Bonita, área em que há os maiores gabaritos de construção de todo o Recreio, ao redor do Recreio Shopping. Já no interior do Recreio - entre a Avenida das Américas e o bairro das Vargens - estão localizados os condomínios fechados que seguem o mesmo modelo urbano do bairro da Barra da Tijuca.



Um dos grandes problemas do bairro ainda hoje é o transporte público para as demais regiões da capital fluminense. O Recreio não possui metrô e conta com poucas linhas de ônibus. A prefeitura vem tentando resolver a questão com a implantação do sistema Bus Rapid Transit, que ligará o bairro à futura estação de metrô do Jardim Oceânico. A linha TransOeste, bem como ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, através da linha TransCarioca, além de fazer a ligação a outros bairros da zona oeste do Rio de Janeiro.

Devido ao excessivo uso de carros, o trânsito da região era caótico. A Avenida das Américas, no trecho do Recreio, apresentava sinais de saturamento crescentes, já que possuía apenas 2 pistas em cada sentido, contra 6 no trecho da Barra da Tijuca. Em 2010, a Prefeitura iniciou as obras de duplicação da Avenida das Américas. Em 2012 ficaram prontas as obras da TransOeste, do Túnel da Grota Funda e do viaduto Orlando Raso, que conseguiram conter o problema de tráfego temporariamente.

A favelização se expõe no bairro principalmente com o Terreirão, a maior favela do bairro, que é dominada por milícianos mas não possui tráfico de drogas; e a Favela do Canal do Cortado, no interior do Recreio. Os principais problemas agregados a elas são a prática da construção irregular, invasão e desmatamento de florestas protegidas, uso ilegal de áreas públicas e a poluição do Canal das Taxas e do Canal do Cortado, assim como serem base de milicianos.

A maioria dos eventos dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016, serão realizados em áreas vizinhas ao Recreio, assim como a Vila Olímpica no Camorim, que ficará a 5 minutos do bairro. Devido a isso estão sendo realizadas diversas obras públicas que visam a melhoria do transporte, saneamento e urbanização do Recreio dos Bandeirantes.


Fonte: Wikipedia

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